Endereço: Rua Padre Cacique, nº 647, Canela/RS
Exposições Doutrinárias Públicas: às terças-feiras às 20:00 horas e sábados às 16:00 horas.
Contato:
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Sociedade civil de direito privado, de caráter religioso, científico, filosófico, educacional, cultural e de ação social, sem fins lucrativos e de Utilidade Pública Municipal (Decreto 3.093/2002). Fundada em 22/09/1962 e registrada em cartório em 03/11/1962,filiada à FERGS e integrante da UME Taquara e do CRE2.

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

No ano em que a obra "Paulo e Estevão" completa 70 anos, vamos postar uma série de 3 vídeos que compõe uma entrevista de Haroldo Dutra, falando sobre o Novo Testamento e os romances de Emmanuel.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Educação da alma

São de conhecimento geral os benefícios que a educação pode trazer para os indivíduos e para a sociedade. Não se cansam os dados estatísticos de nos provarem que a escolaridade de um povo está vinculada à sua saúde, expectativa de vida, bem-estar. Todos os estudos na área comprovam que, a cada ano de estudo, de instrução que um indivíduo se submete, corresponde a uma proporção em seu ganho salarial médio. Pessoas mais instruídas, com mais estudo, têm condições de melhor realizar opções, de mais claramente fazer suas escolhas e tomar efetivamente o leme de sua vida. Não é por outro motivo que há um fenômeno mundial onde cada vez mais as pessoas se escolarizam. A cada década, maior é o número de pessoas que elege a instrução como prioridade no seu planejamento de vida. Busca-se com entusiasmo o enriquecimento da mente, o investimento cultural, fazendo-se com que as capacidades intelectuais sejam incentivadas à exaustão. Pais matriculam seus filhos em escolas de idiomas, em aulas de reforço escolar. Jovens recém-saídos da faculdade buscam a pós-graduação, cursos de aprimoramento, de complementação da formação. Nada obstante essa preocupação com o intelecto, justa e adequada, poucos são aqueles que buscam outra educação. Embora educar a mente e intelectualizar-se constitua progresso e conquista valiosa, educar o coração é tarefa desde sempre adiada. Sabemos muito bem como buscar a melhor escola, como traçar o melhor plano de carreira, como investir na formação intelectual. E esquecemo-nos de como fazer com que o coração aprenda valores nobres, como fazer com que a alma se exercite nas virtudes do bem e do belo. Somos incentivados a ser o mais inteligente. Poucas vezes nos preocupamos em ser o mais bondoso. Buscamos ser tecnicamente o mais preparado em nossa profissão. Porém, não nos preocupamos em ser moralmente o mais íntegro em nossa sociedade. Vivemos em função da instrução do intelecto e esquecemos de educar os sentimentos. Por consequência, somos uma sociedade altamente tecnológica e progressista, mas moralmente comprometida e abandonada. Se hoje políticos se permitem a corrupção e o desvio do seu compromisso público, é pela falta de valores morais consistentes. Se tantos se mostram intolerantes com o seu próximo, chegando às raias da violência física e verbal, é porque lhes falta a educação da alma. Nesses dias de intensa conquista intelectual, faz-se urgente que iniciemos, com o mesmo afinco e apreço, o processo de educarmos nossa alma. Analisar os valores que hoje carregamos para, aos poucos, substituí-los por outros, melhores e mais saudáveis. Nossa sociedade será mais justa, pacífica e nobre, quando cada um de nós iniciar o processo, individual e urgente, de educar a alma, com a mesma energia que até hoje temos empregado na educação do nosso intelecto.

Redação do Momento Espírita (FEP). Em 21.04.2012

Eduquemos então nossas crianças e jovens, temos que aprender que mesmo esforço que fazemos para que frenquentem um curso de línguas, faculdade ou curso profissionalizante, deve ser feito também por sua moralização e evangelização. Para que servirá à sociedade um adulto instruído e inteligente sem moral e educação alguma? Temos que compreender que o objetivo essencial em nossas vidas em relação à nossos filhos é formar homens e mulheres de bem, o sucesso é secundário e virá por acréscimo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

AUTORIZAÇÃO PARA MATAR

Carlos IX, Rei da França, estava tremendamente apreensivo naquela tarde do dia 24 de agosto de 1572. Sua mãe, a Rainha Catarina de Médicis, trazia em suas mãos um decreto régio, determinação a morte sumária de todos os protestantes da França. A acusação, era de conspiração contra a Coroa Francesa. Tanto ela o persuadiu que ele sucumbiu e assinou a autorização para matar. Os sinos da Igreja de Saint German, atrás do Louvre, então residência da família real francesa, tocam à 1h30 da manhã. É o sinal do início da matança que iria durar até outubro deste mesmo ano, matando dezenas de milhares de protestantes em várias cidades francesas. A autorização para matar fez com o que os rios da França e principalmente o Senna, fosse tingido de vermelho. Vermelho do sangue dos protestantes que foram considerados inimigos da Coroa. O julgamento da ADPF 54, que trata da autorização do aborto de anencéfalos é, na prática, um pedido de autorização para matar que é dirigido à Corte Suprema do país. Com o artifício linguístico de antecipação terapêutica do parto o que se pretende é legitimar a pena de morte no país, matando aqueles que a ciência ainda hoje não consegue provar que irão morrer no momento do parto ou que irão sobreviver horas, dias, semanas, meses ou até anos, como foi o caso da menina Marcela, em São Paulo, que viveu um ano e oito meses. Alega-se que a dignidade da pessoa humana da gestante deva ser respeitada. Que praticando o aborto do feto anencéfalo, a mãe estaria livre de passar pela dor de ter que acalentar nos braços um ser destinado a morte certa. Pergunta-se: Quem não está destinado à morte? Será que a dor que se quer evitar não é a mesma que visita o coração humano de uma mãe, de um pai que também acalenta em seus braços um filho, uma filha, dependente químico ou um idoso desprovido de suas faculdades mentais? Nos dois últimos casos, a dor é a mesma do primeiro. O direito a vida é inalienável e foi este sentido, o de proteger a vida, que moveu o constituinte ao assegurar a mesma, em vários artigos de nossa Carta Magna. O aborto é um só, seja de anencéfalo ou não, é um só. Por outro lado, o Brasil tem um histórico de respeitar os tratados internacionais que assina. É um membro ativo e participante da ONU, OEA e outros Organismos Internacionais. Firmou e deve respeitar o Pacto de São José da Costa Rica que determina que a vida deve ser respeitada desde a concepção, conforme preceitua o artigo 4º do citado documento. Já no artigo 27, inciso 2, está bem claro que os signatários do dito Pacto, não podem suspender o direito à vida, na forma como a mesma fora preceituada no artigo 4º. O STF tem um histórico de, quando suscitado um Tratado Internacional, votar pelo respeito ao mesmo. Não existe disposição legal na Constituição Federal que permita o aborto dos anencéfalos. Neste sentido, acreditamos que o Supremo Tribunal Federal votará pelo respeito ao direito a Vida, desde a sua concepção, não concedendo a quem quer que seja, uma autorização para matar.
Artigo escrito por Hélio Ribeiro Loureiro (advogado militante do Movimento Espírita, expositor de renome nacional natural de Niterói-RJ)