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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Patriotismo e Tradicionalismo

Tradicionalismo e o verdadeiro patriotismo

Em tempos de Copa do Mundo, se torna interessante uma pequena reflexão sobre o que seja e quais as conseqüências do patriotismo e do tradicionalismo.
A Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto (Filosofia, Ciência e Religião) possui um profundo sentido educacional. Estimula no homem a busca pela verdade e o autoconhecimento, mas, igualmente, convoca seus adeptos a uma aplicação prática de seus postulados nas mais variadas situações da vida, e este processo constitui um primeiro passo para a eliminação das chamadas “bengalas psicológicas”, que as ilusões materiais geram no indivíduo. De fato, a busca sincera pela Verdade exige coragem, desapego, eliminação de preconceitos arraigados, meditação constante e um elevado grau de capacidade de crítica e autocrítica. Essa busca tende a minimizar fixações atávicas (apego exacerbado ao passado, à herança social ou genética) para o Espírito imortal, tais como o “milagre”, o “maravilhoso”, o “mítico”, o “místico”, o “mágico”, o “folclórico”, o “simbólico” e o “tradicional”.
Muitos indivíduos defendem, nas diversas áreas do comportamento humano, a continuidade de certas atitudes infelizes, argumentando que aquela “tradição deve ser cultivada e perpetuada”. Será? Se a resposta for sim, resta-nos indagar por segunda vez: Por que razão?
Jesus afirmou (Mateus 9:16): “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho”. E várias vezes o Mestre enfatizava: “Tendes ouvido o que vos foi dito, eu, porém, vos digo...”. Portanto, é evidente que Jesus não era propriamente um “tradicionalista”. O comportamento pretérito que era correto, à luz do Amor Maior que Ele preconizava, era confirmado e reforçado pelo Mestre, mas o que estava equivocado em relação às Leis Divinas era firmemente combatido pelo “Filho do Homem”.
Neste contexto, é interessante discutir a complexa questão do Amor à Pátria, que em sua essência, é um sentimento extremamente nobre e em concordância com os princípios evangélicos. Entretanto, na história da humanidade, o patriotismo, que, a priori, é algo muito positivo, foi utilizado como argumento para as mais diversas manifestações de racismo, ódio, assassinatos etc. Guerras terríveis foram fomentadas empregando e deturpando esse valor moral denominado “Patriotismo”, o que ceifou milhões e milhões de vidas. Obviamente, o Amor à própria Pátria de maneira nenhuma significa o desprezo e muito menos o ódio pela Pátria alheia. Aliás, o entendimento da realidade reencarnacionista explicita a infantilidade espiritual deste tipo de comportamento, uma vez que podemos nascer em inumeráveis países.
O próprio esporte que deveria ser uma forma de confraternização entre indivíduos e países, muitas vezes usa do argumento patriótico para acirrar rivalidades nacionais e até mesmo justificar atitudes de violência e profunda grosseria, que são oriundas de nossas paixões primitivas. É muito interessante notar que muitos países têm em seus hinos nacionais verdadeiras odes ao orgulho, à guerra e à destruição “dos povos inimigos”, como tivessem alguma supremacia ou fossem o “Povo escolhido”. Ora, todo povo é escolhido e todo povo é de Deus. Aliás, somos um só povo e isso inclui habitantes de outros mundos e de outras galáxias, as quais são as “muitas moradas da casa do Pai”.
Não sejamos escravos de denominações, minimizando o nosso bairrismo e buscando o legítimo sentimento patriótico, que não exclui o amor e o respeito aos demais países. Muito pelo contrário, quanto mais fraternos e cordiais com os demais povos, mais nós demonstraremos a grandeza de nosso país, pois, conforme Jesus nos ensinou, “se quisermos ser o maior, que sejamos o servidor de todos”.

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